terça-feira, 15 de março de 2011

Eu nasci por uma mijada...


Ha tantas expressões como esta: "Eu nasci cagado", para afirmar que a pessoa é azarada
Ou "o fulano não nasceu, foi cagado", pra dizer que tal fulano é tão feio quanto bater na mãe.
Então, aposto que não é comum ouvir com naturalidade neste mundão de meu Deus este termo "nasci por uma mijada". Pois eu nasci, e vou explicar.
                Numa certa feita, por volta dos anos 50 e 60 do século passado, um homem que por 29 anos tive o prazer de chamar de pai, foi visitar uma namorada no interior do Rio Grande do Sul, do outro lado do rio Pelotas fazendo fronteira com a sua cidade natal São Joaquim da Costa da Serra.  Foi um dia todo de cavalgada. Ainda era frio, e o vento na invernia, judia do xiru como açoite de vara de marmelo. Mas deixa estar que o "hombre véio" chegou ao seu destino, a casa da namorada. Bem pudera, um dia de viagem a cavalo, calça bem uns 50 ou 60 Km conforme o baio.
                Pena que ao dar o seu "ô de casa" soube pelo criado da casa que a moça havia saído com sua mãe, foi até a praça para visitar uma tia adoentada e comprar alguns mantimentos que não eram produzidos na fazenda.  A notícia não era das melhores, mas fazer o que? Neste tempo não existia e-mail, nem mesmo telefone de linha, quem dirá telefone celular. no máximo um sinal de fumaça, e mesmo assim seria algo não tão bem compreendido...
Por conta do cansaço, e a noite que já caía, este pobre homem pediu então ao criado um "pouso"(pernoite) e que no dia seguinte seguiria viagem de volta para sua casa, foi quando apareceu o irmão da moça no portão do galpão, que ao reconhecer o cunhado e amigo, vei logo com um “buenas” e se “aprochegue”. Por ironia do destino, Tio Dara era amigo de “gauderiadas” do irmão da prenda, o que fez com que a pousada ficasse ainda mais aconchegante.
                Antes da janta uma “mateada”, costume de cada querência. Durante a janta um bom vinho ceco feita na forma colonial, para balancear a doçura da carne de carneiro feita assada no forno do fogão à lenha.
                Bueno, até aí sem nenhum mistério. O que acontece é que depois da janta, os dois foram contar “queradas” no galpão, fazer uma sapecada de pinhão e calçaram o queixo com um trago de canha, aquela que tava reservada só pra dor de dente, curtida no caiapiá. Agora pense em dois gambá grudado em um litro de “pinguancha”, só larga quando não cai mais um pingo de dentro do vasilhame. Aí é que começa a minha história...
                Deixa estar que o dono da casa, pediu pra uma das empregadas que arrumasse o quarto de sua irmã para meu pai, que era onde ele repousaria o “corpo véio esgualepado”.
Pelas tantas da noite, quando já havia acabado o fogo, o pinhão e também a cachaça, acabou o assunto e bateu a “morredeira”, comum depois de um “liso de pura”.  Combinaram de entrar, passar uma água nos pés e irem dormir. Pelas tantas da manhã, umas nove e meia da madrugada, o dono da casa estranhou que meu pai não havia levantado ainda. Foi até a porta do quarto e bateu de forma delicada para que não assustasse o seu hóspede.
Por uma segunda vez achou estranho por não receber resposta a sua chamada. Então resolveu adentrar ao quarto, por conta de que a porta ficava apenas encostada. Relato de um detalhe: Nesta época, os quartos das moças não tinham janelas pra fora da casa, e ficavam no fundo do quarto do casal, pra não ter perigo dos gaviões carregarem as meninas.
                Continuando o causo, ao abrir a porta, o tal moço viu apenas a cama já arrumada, com colcha e tudo o que se tem direito, mas tio Dara não estava no quarto, então foi até no potreiro ver se estava por lá fumando um "palheiro". Também não estava, e o cavalo também não se encontrava no potreiro. Achou mais do que estranho, não encontrar o amigo, nem seu cavalo, e por ter saído assim sem nada avisar.
                Pois bem, a funcionária da casa foi então trocar a muda de roupa de cama do quarto da moça, que chegaria logo a tarde, onde percebeu um cheiro diferente. Olhou em baixo da cama e viu que formara um poça, e que se tratava de urina. Foi então que o irmão da moça, amigo de meu pai, entendeu a madrugada toda e a saída sem aviso. Até hoje aquela moça não sabe porque meu pai a abandonou.
                Para nós os filhos, meu pai contava este "causo" e achava engraçado, porém na época foi motivo de choro para os dois .
                Mas foi por conta desta bendita mijada, que anos depois meu pai veio conhecer a minha mãe, casaram-se e formaram a nossa família de três irmãos homens de sangue e a Juju que é filha legítima do coração.
                Quer dizer que o bom da mijada na cama não é somente quando o xixi está quentinho, mas quando é na cama da namorada, a escapada cedo, também traz benefícios para outrem.
Por este motivo é que nasci por uma mijada.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Não se vive solitário ( Geverson Luz Godoy)


Andar sem rumo e sozinho.
É loucura, é solidão. Mas ir por onde todos vão, não é ser alienado?
Viver de história e passado esquecendo o presente
O futuro do vivente vai ficando ameaçado.

Somos seres que fomos criados por um Deus que é amor,
E este Deus não quer a dor, rejeitou o sacrifício,
A criação acha difícil, viver sem o pecado,
Vivem em guerra e separados sem cumprir com seu ofício.

O maior pecado humano, classifico a ambição,
O preconceito e a exclusão tomaram conta da humanidade.
Falta espaço nas cidades para viver e trabalhar, e quando a fome chegar?
Então se começa a roubar, violando a honestidade.

Há um provérbio popular que reza: “Quem cala consente”,
O silencio não é inocente, é a maior manifestação:
É dizer sim a exclusão, agir de forma incoerente,
É fazer alguém carente, é vender a doação.

E a palavra de um irmão, é apoio é caridade,
É partilhar com a humanidade, sua história e seu viver,
E se um não tem o que comer o que custa dividir?
Faz o pobre até sorrir e com o sorriso agradecer.

Veja o peso da amizade, que existe entre as pessoas,
Seja má ou seja boa, ninguém vive só e solto.
E se viver então é louco... Não se vê como normal,
Até o bicho irracional vive em grupo com os outros.

Querer paz a humanidade, não é sonho ou utopia,
É querer ter harmonia, é partilhar o que tiver,
Seja com homem ou com mulher, com crianças, idosos, todo humano...
Caminharemos neste plano com todo aquele que quiser.

terça-feira, 1 de março de 2011

Não é porque não foi no teu, que não ardeu...


Veja bem como é a vida de quem já ta apertado. Mas não tá morto quem peleia, como diz o serrano, pois o que é um peido pra quem já ta com a merda de perna abaixo?

Se já não bastasse a falta de grana, o dinheiro resolveu se jogar igual louco em beira de abismo de dentro da minha carteira.
No  final do mês, como sempre, tem sobrado mês e faltado dinheiro, mas tudo bem, viva o cartão de crédito! Vai chegando um tempo que o vivente já ta quarado, e se esticar contra o sol, é possível até enxerga rdo outro lado, igual lençol de cama de guri serrano lá de São Joaquim. O lençol que não tem furo, ta ralo de tanto esfregar os pés pra espantar a friagem.
Assim to eu, com os butiá dos bolsos só nas tiras. Se fosse feito de elástico ou de borracha, até arriscava fazer um bodoque pra caçar passarinho, mas nem pra isso os 'miseráve' tem prestado. Como dizia o falecido pai, "mas bah! um homem sem dinheiro até o sorriso é triste, e até o rastro é feio".  Assim ando eu, se me ver rindo é pra não chorar, mas pode notar, que ando até meio torto, de tanto levar laçaço das contas pra pagar. Mas como todo bom serrano, tenho honrado as bombachas que visto, apesar de vestir só em dias de festa de tradição, que nos últimos tempos não tem sido muitas, acho até que é pelo mesmo motivo, falta dos cobres....
Mas me permita que eu conte a ultima feita, a tal que me deixou 'descadeirado'.
Vendemos o nosso carro para reduzir os custos mensais, mas deixa eu usar mais um termo do falecido pai, "quando as coisas estão ruins, as outras vem a cavalo". Na próxima semana, a de carnaval, está agendado para levar a mudança da 'Dona Patroa' em Porto Alegre. Resolvi então tirar o carro do 'falecido pai' da garagem e dar umas esporeadas no 'bicho véio'. E 'bamo que bamo', tá que é o toro do Mariano. O baguá da Benta que não se meta com o carrinho 'véio'.
Pois então. Pra experimentar o carrinho que há tempos está parado, só tem sido feito manutenção e voltinhas pra carregar a bateria. Encilhei o 'bicho véio' fui a Joinville levar a mana (Juliana), que foi morar com nossa tia Emilia.
Já na ida começou a fiasqueira. Por volta de Tijucas, o carro me deu um corcove, tossiu como se tivesse com o peito cheio de 'catarro' e roncou bem grosso e alto. Eu apavorei no instante, pois eu ia ainda em Porto Belo e em Itajaí ja sabiam que vinha um carro diferente na estrada. Chegando no pedágio, tive que desligar o motor para entender o que a moça do pedágio me dizia: "Senhor o seu carro está com o som  (ronco, barulho - carro não faz música e eu tava com o rádio desligado) acima do limite permitido". Mas fazer o que? eu tinha um objetivo a alcançar, e se a polícia me parasse iria dizer a verdade, estragou na estrada, não é o que todo motoqueiro alega quando são surpreendidos com o farol queimado? Bueno, continuei a viagem até chegar no itinerário. Na segunda pela manhã, após ter cumprido com as obrigações da escola da 'mana', e do trabalho que fui desenvolver com o colégio dos Santos Anjos, fui arrumar o escapamento do carro.
Ficou pronto, toquei de volta pra Floripa, fiz algumas voltas que eram necessárias como ir ao dentista, fazer pagamentos, fui na pós graduação, paguei pra instalarem uma chave geral no carro que não tem seguro, bueno, caiu a noite. Chegou a hora de guardar o carro e pegar a minha moto para amanhã cedo eu ir para o trabalho. Antes de voltar pra casa, perguntei ao meu cunhado se eu poderia usar a sua internet para ver os documentos do gol, que se não me engano esta perto de vencer.
Peguei no carro os documentos para fornecer o Renavam ao site do Detram, porém nem me ative a placa do carro, até porque não sei de cabeça e ja estava escuro, impossibilitando a visão da mesma.
Quando digitei o Renavam, aquele susto. Meu Deus do Céu, o documento do carro ta vencido. Vou fazer o seguinte, vou no banco pagar as taxas e pegar o documento amanhã.
Beleza, fui no banco do Brasil no centro da Palhoça, quando iniciei o processo de pagamento com o cartão da minha conta, uma senhora e sua filha me pedem ajuda para fazerem o mesmo processo de pagamento de IPVA, DPVAT, etc. Ajudei-as concluirem o que tinham o que fazer, e fui fazer o meu pagamento.
Tirei o documento da pochete, digitei o Renavam, gerou as taxas, paguei e imprimi.
Beleza! Hoje no horário do almoço, peguei a minha moto, saí do meu trabalho em Florianópolis - Ilha - e fui até o Detram da Palhoça para retirar o documento 2011 do gol. peguei a minha senha, sentei e aguardei ser chamado. Quando chegou a minha vez, fui bem 'faceiro', que não tinha demorado quase nada.
Puchei o documento do gol, e pedi pra moça o documento 2011, foi quando levei o susto. A moça me disse, "Sr. no momento não consta a quitação das taxas em nosso sistema", já foi o que bastou pra me deixar nervoso. Respondi, mas como moça se paguei diretamente no caixa eletrônico ontem pela noite? Ela voltou a confirmar, realmente não consta o pagamento, mas o Sr. passa aqui amanhã, que as vezes leva de um dia para o outro para o Banco do Brasil incluir no sistema. Não fiquei satisfeito com a resposta da moça, peguei a moto e fui ao Banco do Brasil da Palhoça para ver o que havia acontecido. Perguntei ao atendente que ajuda as pessoas nos caixas de auto-atendimento o que poderia ter ocorrido.
O moço ja me disse na hora: "Sr. este é um pagamento de documento de moto pelo valor". Outro susto, sendo que os documentos da minha moto só vencerão em abril. Confirmei com ele "de moto? você tem certeza? - "Sim, o Sr olhe aqui comigo, tens os documentos da moto?" respondi que sim, e fomos  conferir. Realmente, quitados os documentos da moto. Ja me deu vontade de puxar o próprio cabelo, arrancar a orelha, coisa do tipo.
O que vou fazer, o que eu preciso é do documento do gol, la vou eu novamente fazer o pagamento, só que desta vez do veículo certo. paguei as taxas, voltei no Detram e peguei os dois documentos, sendo que o gasto de um viria somente daqui a uns dois meses e meio.
Você ri porque não é do teu orçamento que vai fazer falta, mas pelo menos vou andar embarcado sem me preocupar agora. E boas viagens!